Fibromialgia e acupuntura.

17/01/2018 21:23

O que é fibromialgia?

fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor no corpo todo. Além da dor, o indivíduo com fibromialgia apresenta outros sintomas como cansaço crônico (fadiga), problemas de sono, problemas de humor como ansiedade e depressão, dificuldade para se concentrar, problemas de memória, alteração intestinal, entre outros.

O que causa a fibromialgia?

Não existe uma causa definida, mas estudos mostram que o cérebro das pessoas com fibromialgia fica mais sensível a estímulos dolorosos e táteis, amplificando a dor.

É comum a fibromialgia aparecer depois de um trauma psicológico ou físico, como por exemplo separações conjugais, perda de alguém querido, sofrer assaltos ou acidentes. No entanto, é errado a concepção ultrapassada de que a dor da fibromialgia é uma “dor psicológica”, uma “invenção da cabeça da pessoa”.

Diversos estudos com imagens do cérebro mostraram que o indivíduo realmente está sentindo a dor, mas que o modo que o cérebro interpreta a dor é que ocorre de modo exagerado.

Por exemplo, parece haver uma pequena alteração no nível de certas substâncias químicos cerebrais, chamados neurotransmissores. Estas são as substâncias responsáveis por transmitir as mensagens entre os nervos e as células do cérebro.

Estudos também têm demonstrado que pessoas com fibromialgia tendem a ter uma maior quantidade da substância P no líquido que banha o cérebro e a medula espinhal (líquido cefalorraquidiano), que tem relação com a inflamação.

A principal teoria atual é que as pessoas com fibromialgia têm uma hipersensibilidade aos sinais de dor no cérebro. Isso é chamado de sensibilização central. Isto pode ser devido a várias pequenas alterações na química do cérebro. O que dispara ou faz com que essas alterações não é conhecido.

Quem tem fibromialgia?

fibromialgia é muito frequente, acometendo cerca de 2-3% da população brasileira. É muito mais comum em mulheres do que homens, principalmente na faixa entre 30 e 55 anos. No entanto, a fibromialgia pode acometer crianças e idosos também.

O que sente a pessoa com fibromialgia?

A principal queixa das pessoas acometidas com fibromialgia é a dor no corpo todo, com sensibilidade aumentada até para toque e aperto da pele. Essa dor é percebida principalmente quando se palpa os músculos do corpo. O indivíduo com fibromialgia tem dificuldade para dizer se a dor acontece nos músculos, nos ossos ou nas articulações (“juntas”).

Outra queixa bastante incapacitante é o cansaço, a dificuldade para dormir bem e a sonolência excessiva durante o dia. Muitas vezes a pessoa tem dificuldade para pegar no sono, ou então acorda diversas vezes durante a noite, ou até mesmo dorme várias horas seguidas mas quando se levanta da cama sente que não conseguiu descansar (o chamado “sono não reparador”).

Outros sintomas que podem aparecer incluem a incontinência urinária, o intestino solto (ou inclusive preso), a sensação de formigamentos e queimações no corpo e a sensação de que o corpo está sempre inchado.

Outras queixas comuns incluem dores abdominais inespecíficas, palpitações, dificuldade para realizar atividades do dia-a-dia e atividades físicas.

Além disso, a pessoa com fibromialgia pode ter problemas de memória e para se concentrar nas tarefas do dia-a-dia e ter problemas de humor, como depressão e ansiedade.

O tratamento da Fibromialgia deve ser multidisciplinar. A Acupuntura é uma importante opção terapêutica para o alívio da dor, melhora do humor e do sono, resultando em um melhor controle da doença e diminuição do uso de medicamentos de uso contínuos.

Como se diagnostica a fibromialgia?

Não existe nenhum exame que faça o diagnóstico de fibromialgia. O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, o médico suspeita da fibromialgia através do que o paciente conta, através do seu exame físico e excluindo outras causas de doenças que podem provocar dor generalizada. Existem alguns questionários criados pelo Colégio Americano de Reumatologia que auxiliam a fazer o diagnóstico, com perguntas sobre os sintomas possíveis na fibromialgia e com a definição de alguns pontos dolorosos que o paciente pode ter no exame físico.

Um diagnóstico diferencial importante da fibromialgia é a Síndrome Dolorosa Miofascial, a mais comum causa de dor músculo-esquelética.

Esta é uma parte fundamental do diagnóstico de fibromialgia, que também incluirá um exame físico detalhado da parte musculo-esquelética. Não há testes específicos para a descoberta da doença, porém o médico pode solicitar exames de sangue e exames de imagem como radiografias, tomografias e ressonâncias. Eles terão a finalidade de descartar outras síndromes que possuam sintomas semelhantes.

Qual o tratamento da fibromialgia?

Infelizmente não existe cura para a fibromialgia. É uma doença crônica, que geralmente perdura pela vida inteira, com períodos de melhora e piora da dor e dos outros sintomas. No entanto não é uma doença fatal nem progressiva, podendo o indivíduo apresentar controle dos sintomas através de um tratamento multidisciplinar, incluindo médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional, enfermeiro, entre outros.

O médico especialista em dor/fisiatra, além de levantar a suspeita e confirmar o diagnóstico, poderá prescrever remédios que auxiliem no controle da dor, das alterações de humor, do sono e do cansaço. O médico poderá também realizar tratamentos complementares, como a acupuntura, que através de agulhas finas colocadas em locais determinados do corpo, podem trazer sensação de bem-estar, reduzir a dor e melhorar a ansiedade, com praticamente nenhum efeito colateral. Para dores localizadas associadas, como a síndrome do manguito rotador ou dores no ombro, pode-se tentar bloqueios anestésicos como do nervo supraescapular. Para dores lombares, podemos tentar a utilização de terapias de ondas de choque ou infiltrações e bloqueios articulares com anestésicos e medicamentos corticóides locais.

O psicólogo é essencial para tratar as questões emocionais e atua também na memória e na concentração. O fisioterapeuta e o educador físico vão trabalhar as questões de atividade física regular, com alongamento, fortalecimento muscular e melhora do condicionamento físico, diminuindo significativamente a longo prazo a dor e o cansaço. O terapeuta ocupacional orientará formas de realizar melhor as atividades tanto do dia-a-dia quanto as profissionais, de modo a gastar menos energia, prejudicar menos as articulações, melhorar a postura, entre outros benefícios. O enfermeiro é essencial para ajudar o paciente a cuidar melhor das medicações que o médico prescrever e dar orientações em relação à sexualidade e o controle da parte intestinal e urinária, que podem trazer grande desconforto ao paciente.

Dessa maneira, com o tratamento multidisciplinar com cada profissional atuando de maneira conjunta aos demais, é possível controlar de modo satisfatório os sintomas da fibromialgia, trazendo mais qualidade de vida e menos sofrimento ao indivíduo, possibilitando que o indivíduo com fibromialgia tenha uma vida normal e saudável.

Qual o prognóstico da fibromialgia?

fibromialgia é uma doença de longa duração e nestes períodos acontecem diversos episódios de dor. Porém, se o tratamento recomendado for seguido à risca, os sintomas tendem a melhorar. Melhor ainda: desta forma não é perdida a capacidade funcional do paciente.Tenha um estilo de vida saudável. Alimente-se adequadamente, pratique exercícios físicos, procure relaxar sempre que possível e durma bem.

 

Seguem algumas sugestões para a pessoa em tratamento da fibromialgia

– reduza o estresse diário. Se for necessário, peça ao seu médico indicações de tratamentos (que serão citados mais abaixo);

– durma o tempo que for suficiente para estar descansado no dia seguinte. Tenha oito horas ou mais de sono por noite, em um ambiente escuro e tranquilo. Não consuma substâncias estimulantes à noite, nem energéticos. Dependendo da situação, pode ser saudável tirar um cochilo durante o dia, mas o ideal é ter um sono completo e restaurador no período noturno;

– faça exercícios físicos regularmente, eles são sua verdadeira arma contra a fibromialgia. No início pode ser que pareça desconfortável e a dor talvez aumente um pouco, porém ser inativo é o que provoca mais sintomas desagradáveis. O ideal é fazer caminhadas de 30 a 45 minutos por dia, cinco vezes na semana, ou modalidades esportivas aquáticas, como hidroginástica, nos casos onde há artrose ou problemas com atividades de impacto. Os exercícios físicos não estão contraindicados mesmo nas piores crises de dor, já que os medicamentos auxiliarão o paciente a suportá-la;

– mantenha um ritmo de vida constante. Não deixe que os sintomas da doença mudem sua rotina, muito menos suas atividades diárias.

– pratique fisioterapia, se o médico indicar. Esta terapia visa corrigir problemas posturais, além de promover a realização de exercícios acompanhados por um profissional de saúde;

– também, se forem indicadas, podem ser feitas massagens ou outras técnicas de relaxamento. Elas visam diminuir as crises dolorosas, especialmente quando são derivadas de tensões musculares. Além disso, podem reduzir o estresse causado pelo trabalho e outros problemas psicológicos. É importante frisar que tanto a fisioterapia quanto a massagem e as técnicas de relaxamento são tratamentos complementares e não constituem medidas de longo prazo;

– pratique musicoterapia. A técnica de ouvir música com frequência reduz dor e depressão nos portadores de fibromialgiaapós quatro semanas. É uma atitude de baixo custo, fácil implementação e podem ser ouvidas músicas com vozes, apenas instrumentos ou até ruídos. O que vale é o recurso sonoro;

– a ioga também atua de forma benéfica nos pacientes. Ela promove redução dos sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, além de equilibrar os níveis de cortisol, hormônio que está em alta quando há situações de estresse. O ideal é praticar ioga por 75 minutos, duas vezes na semana, por pelo menos oito semanas;

– escreva um diário da dor. Coloque nele as situações que mais causam dor, os locais onde o sintoma acontece, etc. Desta forma, fica muito mais fácil para o médico e o paciente entenderem como ocorrem as crises de fibromialgia, facilitando o controle da doença;

– esteja atento ao que causa dor. Observe quando ela aumenta e cuide para que não ocorram lesões que possam prejudicar o andamento do tratamento. Trabalhe sempre a ergonomia, em casa ou no trabalho, e relate ao médico qualquer dor diferente da habitual;

– reconheça seus limites. Durante a prática de exercícios físicos, não tente se esforçar mais do que o normal, mesmo nos períodos onde não há dor. O exagero poderá comprometer o tratamento e agravar a doença.

Mudanças na alimentação podem ajudar?

Abaixo você confere alimentos que poderão contribuir com a diminuição dos sintomas:

* O triptofano é uma substância que produz serotonina. Esta, por sua vez, regula a dor, o sono e o humor. Fontes: ovo, carne, iogurte, chocolate, leite, banana e queijo, entre outros;

* O magnésio é responsável pelo relaxamento dos músculos. Ele participa da formação das proteínas, da contração muscular e da excitação dos nervos. É encontrado em: cereais integrais, folhas verde-escuras, nozes, damasco seco, carne, leite e soja, por exemplo;

* O cálcio também é importante para a contração dos músculos. Se a pessoa possuir níveis baixos desta substância, poderá ter câimbras. Fontes: leite e todos os seus derivados, couve, brócolis, flocos de cereais (prefira os que não contêm açúcar), gergelim, amêndoas, castanhas brasileiras e farinha de soja;

*A vitamina E também é parte fundamental para prevenção de câimbras. Ela é encontrada em: nozes, carnes, amendoim, gema de ovo e gérmen de trigo;

* O manganês, entre outras funções, é responsável pela produção de energia para o organismo. Fontes: cereais integrais, avelã e grãos de soja.

* Fitoterápicos como cavalinha, mulungu, valeriana, melissa, podem ajudar no processo de melhora. Lembrando de sempre procurar um profissional adequado para indicação de fitoterápicos.

Estas foram diversas formas de se prevenir contra as dores e os sintomas provocados por fibromialgia.

Infelizmente, ainda não se conhecem formas de se prevenir contra a doença.

 

 

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