Açafrão e suas propriedades medicinais.

11/01/2018 18:42

AÇAFRÃO DA ÍNDIA

A cúrcuma (Curcuma longa), especiaria de cor amarela brilhante do arco-íris, é um medicamento potente que tem sido muito utilizado na Índia e nos sistemas de medicina chinesa como um agente anti-inflamatório para tratar uma variedade de condições, incluindo flatulência, icterícia, dificuldades menstruais, urina com sangue, hemorragia, dor de dente, contusões, dores no peito e cólicas.

 

Ações farmacológicas: 

 

De acordo com a grande quantidade de trabalhos realizados, especialmente com os curcuminóides, que são os corantes amarelos abundantes no rizoma, a cúrcuma possui atividade hepatoprotetora, colerética, digestiva, hipolipemiante, hipoglicemiante, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-oxidante, imunoestimulante, anti-agregante plaquetário, dentre outras.

A substância zingibereno possui propriedades anti-ulcerosas, o 1-fenil-hidroxi-N-pentano estimula as secreções de secretina, gastrina e sucos pancreáticos além de contribuir para a manutenção do ph gástrico.

O eugenol e o zingibereno são os responsáveis pelas propriedades carminativas.

As substâncias que estão envolvidas com as propriedades hepatoprotetoras são as curcuminas, coadjuvantes são borneol, turmenona, eugenol e ácido cafeico.

Alguns estudos apontam que a curcumina poderia ter ação colecistocinética e um efeito antiinflamatório.

É empregada no tratamento de feridas, úlceras de decúbito, machucados e ferimentos em geral devido à sua ação antiinflamatória e cicatrizante. É usada como antimicótico, em inflamações de articulações, no controle do colesterol estimulando a produção e eliminação da bile.

É usada como antiinflamatório nas artrites, eczema, psoríase, tosse e machucados.

 

 TRATAMENTO EFICAZ PARA A DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL

Pesquisas recentes sugerem que e curcumina pode fornecer a baixo custo, boa tolerância e eficaz tratamento para a doença inflamatória intestinal (DII), como o Crohn e a colite ulcerosa.

AJUDA EM CASOS DE FIBROSE CÍSTICA

A curcumina, um dos principais constituintes da cúrcuma, pode corrigir a expressão mais comum do defeito genético que é responsável pela fibrose cística.

A fibrose cística, uma doença fatal que ataca os pulmões através de um muco espesso, causando infecções que provocam risco de vida, atinge cerca de 30 mil crianças americanas e adultos jovens, que raramente sobrevivem além dos 30 anos de idade. O muco também danifica o pâncreas, interferindo com a habilidade do corpo para digerir e absorver nutrientes.

INIBE O CRESCIMENTO DE CÉLULAS CANCEROSAS E METÁSTASES

Estudos epidemiológicos têm ligado o uso frequente de açafrão para baixar as taxas de câncer de mama, próstata, pulmão e cólon; experiências de laboratório demonstraram que a curcumina pode impedir a formação de tumores, e pesquisas realizadas sugerem que mesmo quando o câncer de mama já está presente , a curcumina pode ajudar a diminuir a propagação das células cancerosas da mama para o pulmão.

CÚRCUMA AJUDA A COMBATER O CÂNCER DE PRÓSTATA

O câncer de próstata, a segunda principal causa de morte por câncer em homens americanos, com 500.000 novos casos a surgirem a cada ano, é uma ocorrência rara entre os homens na Índia, cujo baixo risco é atribuído a uma dieta rica em vegetais da família Brassica e o tempero de caril e de açafrão.

REDUZIR O RISCO DE LEUCEMIA INFANTIL

Uma pesquisa apresentada numa conferência recente sobre a leucemia infantil, realizada em Londres, prova que comer alimentos condimentados com açafrão pode reduzir o risco de desenvolver leucemia infantil. A leucemia infantil é muito mais baixa na Ásia do que nos países ocidentais, o que pode ser explicado devido às diferenças nos tipos de dieta, uma dos quais, o uso frequente de curcumina.

PROTEÇÃO CARDIOVASCULAR

A curcumina auxilia na proteção do sistema cardiovascular, uma vez que evita a oxidação do colesterol no organismo e o colesterol oxidado é o que danifica os vasos sanguíneos e se acumula nas artérias levando à ocorrência de ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais. Atua também prevenindo a oxidação do colesterol novo, ajudando a reduzir a progressão da aterosclerose e doenças cardiovasculares.

Além disso, a cúrcuma é uma boa fonte de vitamina B6, necessária para impedir que os níveis de homocisteína fiquem muito altos. Homocisteína é um produto intermediário de um importante processo celular chamado metilação, é diretamente prejudicial para as paredes dos vasos sanguíneos.

Possuir altos níveis de homocisteína é considerado um fator de risco aos vasos sanguíneos, formação de placas ateroscleróticas e doenças cardíacas. Portando consumir vitamina B6 está associada a um risco reduzido de doenças cardíacas.

Indicações Terapêuticas:

  • Amenorréia,
  • Auxílio na digestão,
  • Problemas na bexiga,
  • Cálculos biliares,
  • Colesterol alto,
  • Diarreia,
  • Dismenorréia,
  • Distensões abdominais e peitorais,
  • Epistaxe,
  • Espasmo,
  • Fígado,
  • Hematêmese,
  • Hematúria,
  • Hepatite,
  • Má circulação,
  • Micoses de pele,
  • Prisão de ventre,
  • Problemas renais,
  • Reumatalgias,
  • Sarampo,
  • Úlceras estomacais.

O Açafrão também é utilizado no tratamento para a depressão, esclerose múltipla e doença de Alzheimer. Impede constipações, melhora a digestão, combate doenças estomacais e ajuda a melhorar a flora intestinal.

Previne e reduz diversos cânceres, purifica o sangue, combate varizes e doenças cardíacas.

É um alimento termogênico. Ao aumentar a termogênese (calor do corpo), promove a queima de gordura auxiliando no emagrecimento.

Auxilia na proteção da pele pelo alto poder antioxidante.

Interações medicamentosas: 

A presença de substâncias com atividade anticoagulante pode interferir com aqueles pacientes que estão recebendo tratamento anticoagulante.

Efeitos adversos e/ou tóxicos:

Vários estudos demonstraram a ausência de toxicidade da cúrcuma, inclusive com doses muito elevadas (8 g).

Contraindicações:

A cúrcuma possui efeito emenagogo e não se recomenda na gravidez. Não há informação suficiente para determinar a sua segurança durante a lactância.

É contra-indicada para crianças menores de 4 anos e pessoas com oclusão das vias biliares.

Posologia e Modo de uso: 

A dose terapêutica está em torno de 300 mg de curcumina, 3 x ao dia.

Os rizomas da cúrcuma possuem entre 4 e 5% de curcumina e a dose terapêutica corresponde a 6 gr de raiz fresca ao dia .

Uso na alimentação: a cúrcuma é empregada como corante culinário e constitui um dos principais condimentos na mistura que compõe o curry, integrado juntamente com pimenta, coentro, canela, gengibre, cravo da índia, cardamomo, cominho e noz moscada.

Em Saladas: 10 a 20 g de rizoma fresco;

Decocção: 3 a 9 g do rizoma por xícara de água: Laxante, antiespasmódico, diurética, digestiva e acelera a circulação;

Infusão: 1 colher (café) de pó de cúrcuma em 1 xícara de chá de água quente. Abafar e filtrar. Tomar 2 vezes ao dia.

Na culinária: corante de molhos, temperos, mostarda, queijos, manteiga, margarina, xaropes, verduras, sucos de frutas, ovos mexidos, carne de galinha, salmão, camarões, lagostas.

Usado para colorir laticínios, bebidas e mostarda, em cozidos, sopas, ensopados, molhos, peixes, pratos à base de feijão, receitas com ovos, maioneses, massas, frango, batatas, couve-flor e até pães.

Deve ser dissolvida em um caldo quente antes de ser incorporada a uma receita.

É ingrediente essencial para acentuar o sabor e dar cor a muitos pratos da cozinha indiana, principalmente arroz.

Uso externo:

No uso externo consegue apresentar uma ação parecida com os corticóides, sendo empregada no tratamento da psoríase, e demais doenças na pele, retirando inclusive a sensação de coceira.

 

Observações:

O rizoma de Curcuma longa encontra-se aprovado pelas Farmacopéias da Alemanha, Brasil, Chile, China, Korea, Espanha, EEUU, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, ex-URSS e Vietnam.

Faz parte do 1º fascículo das monografias selecionadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000).

Faz parte da lista de drogas vegetais aprovadas para uso humano pela Comissão “E” de Monografias da Alemanha (Blumenthal, M., 2000).

Na indústria têxtil oriental é empregada para tingir seda, lã e algodão, inclusive a vestimenta dos monges budistas.

 

 

Fontes: Livros de fitoterapia, Alonso, uso tradicionais de fitoterapia, blog alma consciente e guia profissional de saúde, site plantamed.